sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O palhaço não ri de sí mesmo!





Hoje é dia de guerra
mais um dia de guerra
diariamente perco
parte da esperança e ganho
pedaços de fé.

confuso, além do que sou e do que escrevo é o cotidiano em que vivo
ouço donos da verdade
ouço verdades sem dono
já vi de quase tudo
fui mal interpretado e interpretei mal milhares de vozes nessa nossa vida.

clamei a deus, desafiei o diabo,
procurei o sol e a lua, senti o vento
olhei o céu, busquei oxigênio, arma,
em todos os lugares.
e descobri! hoje é dia de guerra!

portamos fuzis, equipamento bélico moderno
mas, estamos tão desarmados
"desprotegidos", desamparados
mas nunca, nunca, fomos desalmados


esse "hoje" é um presente contínuo que ultrapassa os dias e noites
ultrapassa nossos corpos
desorienta! desnorteia!
vivemos em meio ao conflito, morremos em torno da paz
em nome de alguém... pra que sejamos ninguém...

testemunhamos a sós
nossas utopias,
sonhamos com regras
sonhamos com o outro
beijamos a morte

nossa vida é aquele cochilo guardado na poltrona em dia de domingo
pouca piada e muita gente sorrindo
muito cansaço, muita gente dormindo
pouca piada pra muita gente.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pelo que a igreja caminha?

ASSASSINATO OBTUSO


"Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali.

Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.

Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.

Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.

Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.

Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.

Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo." como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo. como se dariam ouro por aquilo.

"Contudo, o melhor fruto que dessa terra se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que
Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação
de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber,
acrescentamento da nossa fé!"

a carta.

COMO SE DARIAM POR AQUILO...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pra que time você torce?


* esse parágrafo foi extraído do texto DESCARRILHAMENTO E DESAFRICANIZAÇÃO do livro AFROCENTRICIDADE.


 Imagino que muitos Afro-brasileiros tenham negado sua AFRICANIDADE por tanto tempo (várias gerações), aceitando a falsa identidade de serem apenas brasileiros, que não percebem mais o ataque contra seu valor humano e seu bem-estar. Quase como se estivessem num estado de choque extremo, em que o corpo não sente mais a dor, muitos Afro-brasileiros não sentem mais a importância e o valor de serem africanos. são simplesmente brasileiros. Nesse estado de choque cultural, buscam refúgio em declarar e defender a posição do ESTADO de que "somos todos brasileiros", mesmo quando todos os brasileiros não são igualmente tratados ou respeitados. reviva sua ancestralidade, respeite a si mesmo e a luta de seus ancestrais. você foi capturado e trazido pra cá, tudo o que lhe ensinaram é falso!


Wade W. Nobles

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Deseje-se

 


O abuso sexual à mulher africana e à mulher negra brasileira é mais do que abuso: é genocídio, fácil de constatar no crescimento da população mulata e no desaparecimento da raça negra. e este transe foi mais tarde estabelecido em políticas das classes governantes. Um processo de destruição combinado com outros instrumentos agressivos, durante a escravidão, tais como os maus-tratos, as torturas, a desnutrição, o trabalho excessivo; tudo isso conjugado, resultava na taxa extremamente alta de mortalidade infantil, e, através desse fenômeno de extermínio, a raça negro-africana jamais poderia, segundo os cálculos das classes dominantes, se tornar um problema ou uma ameaça. em 1870, a mortalidade infantil entre a população escrava era de 88%: no rio de janeiro, a capital do país, a taxa de MORTALIDADE infantil SUPERAVA a de NATALIDADE em 1,8% (degler, 1971:78). um retrato numérico terrivelmente sombrio para o futuro dos africanos.

O crime de estupro sexual cometido contra a mulher negro-africana pelo branco ocorreu através de gerações. até os filhos mulatos, herdeiros de um precário prestígio de seus pais brancos, continuaram a prática dessa violência contra a negra. como se para aliviar a consciência de culpa, os estratos dominantes ário-masculinos assumem o mulato como uma espécie de chave para a solução do nosso problema racial: na prática, isto significa o principio da liquidação da raça negra simultaneamente com o embranquecimento da população. mas, a despeito de qualquer aparente vantagem em posição social na função de ponte étnica entre pretos e brancos, a posição do mulato na sociedade brasileira, em essência, equivale aquela na qual o negro está situado: o mulato sofre a mesma discriminação, igual preconceito e semelhante desdém; não assumindo sua origem africana, aspirando a ser branco e fingindo pertencer a uma sociedade brancóide que o despreza, o mulato incorpora um personagem trágico, em sua desintegração interior e social: sua única saída está no autodesprezo, na rejeição de seus traços físicos negros e na rejeição da textura de seu cabelo, ainda hoje isso é um fato comum em nosso pais.

Abdias do Nascimento


"... se vocês, homens de Asante, não vão à frente, então nós vamos. Nós, as mulheres, iremos. Eu vou convocar minhas companheiras mulheres. Nós combateremos os brancos. combateremos até a última de nós cair no campo de batalha."

Senhorita Yaa Asntewaa - combatendo a invasão inglesa sobre Gana no final do sec. XIX.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Gestora de Heróis



Se a mulher branca sofre em sua condição de mulher numa sociedade predominantemente patriarcal, a mulher negra tem outro componente que a torna mais discriminada ainda: a cor! duplamente rejeitada, a mulher negra aparece como a empregada doméstica, lavadeira, cozinheira, enfim, realizando os serviços que lhe eram típicos na escravidão. hoje, entretanto, tendo sua mais-valia barbaramente explorada. da ama-de-leite, da menina de recado, da mulher que o homem branco usava quando queria, da cozinheira de forno e fogão, apenas100 anos separam a atual mulher negra daquela da senzala. no entanto, praticamente nada mudou; nem poderia mudar, uma vez que não se modificaram os modos e os meios de produção. mas ela, individualmente, não aceitou assim tão passivamente esta condição, assim como os homens negros (ao contrário do que se pensa e se ensina na escola de método eurocentrico) não foram eternas pretas dóceis escravizadas como tanto se apregoa. a mulher negra participou e liderou várias revoltas em prol da libertação de seu povo. mas ainda hoje continua oprimida racial, social e sexualmente.

Senhorita: Vera Daisy Barcelos


infelizmente, mas é a realidade, a sociedade reserva dois papéis a mulher negra, o de "mulata" e o de doméstica!

senhorita: Lélia Gonzalez

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Shopping Centro




"Hoje na sociedade do consumo em massa O IMORAL NÃO É ir contra a Igreja, a nobreza, ou os senhores feudais, mas sim discordar da moda, das propagandas, da raça dominante e da televisão. O novo poder está nas mãos da mídia que é quem determina tanto quem será eleito e governará a nação, como também produz o que as pessoas irão acreditar. Hoje em dia alguém quem não assiste televisão e não consome da maneira indicada, quem vai contra as informações, as “verdades” difundidas,  é discriminado da mesma forma de um aldeão medieval que não participasse da eucaristia"

domingo, 20 de junho de 2010

O Revolucionário Vazio ou Nada mais que pose


escrevi um texto pra mim mesmo!!!
pq percebi q o mais importante de tudo é a aparencia que devemos apresentar! então qndo me descobri assim... resolvi escrever!

 o maneiro é parecer q é alguma coisa e sustentar isso!

o revolucionário vazio internamente e conscientemente sabe q não sabe de nada. mas isso é um detalhe extremamente secreto que ele reflete apenas qndo está sozinho e ninguém mais pode saber, ninguém mesmo!!! pq acredita q isso pode levar toda sua reputação construida pela falsidade e mentira vir a baixo.
ele na real não passa de uma coleção de recorte de jornais, livros, falas, filmes, informações, até mesmo pequenas conversas que passam e deixam suas frases e palavras de ordens fixadas e decoradas.

ele, o vazio, se torna assim uma salada de informações soltas ambulante sem aprofundamento em nada!
tenta criar, e consegue, uma postura que induz as outras pessoas a acreditarem q ele conhece basicamente qualquer assunto nos quais se propoe a debater. seja religião, futebol ou politica!
o revolucionário vazio assume uma postura convincente e se apropria superficialmente de algum discurso, pq é só isso q ele detem (a superficie de algum discurso), e através de atitudes, colocações e a propria postura mesmo, passa a criar um personagem oportunista que varia de acordo com o meio onde ele se encontra. mas muitas vezes tbm não define uma posição por falta de conhecimento mesmo.

discussões servem como uma espécie de reciclagem para o revolucionário vazio!!! dependendo do assunto abordado ele lança alguma informação dessas decoradas, mas, q ele consiga perceber minimamente q está relacionado ao tema. pq jamais ele pode ficar por baixo ou pra trás numa discussão. elabora respostas em forma de pergunta pq geralmente não conhece nem o basico e se aproveita da resposta dos outros pra continuar montando a sua limitada opnião. o revolucionário vazio é inútil! ele acaba se aleijando e aprendendo
muito lentamente tudo. pq como ele se apresenta como possuidor de conhecimento e na condição de defensor de uma opnião própria, acaba tendo q recorrer a esses artifícios pra aprender. manter a postura perante pessoas de "confiança" tbm contribuem muito pra conservação do orgulho estúpido q o revolucionário de nada ou vazio possue.

isso é mantido pq o vazio não pode perder a postura jamais, ele acaba tendo que se tornar um personagem q nunca mais poderá deixar de interpretar,ele mesmo quer acreditar que é realmente esse personagem criado por ele mesmo! precisa pelo menos minimamente ser visto como conhecedor. não é q ele não saiba dizer não sei. mas, ele não pode dizer não sei. pq ninguém deve desconfiar q ele realmente num sabe de nada. ninguém... isso seria como sua morte! caso o revolucionário de nada perceba alguma possibilidade de desconfiança por parte de alguém em descobrir q ele é uma farsa! e não possui o conhecimento todo q quer apresentar!!! ele já tem uma espécie de defesa especial... ele se antecipa ao relacionado assunto e como acontece geralmente, acusa alguma coisa, culpa outra, como responsável pela sua deficiencia. mas é só pra num ficar por "baixo" mesmo. o nada em ultima circunstancia prefere ser coitado do q assumir a dignidade de quem não sabe nada. mas é engraçado! hehehe ... pq até se disser q num sabe nada. deixa pairando no ar uma relação de deficiencia e culpa de qualquer outra coisa. rs ...

o revolucionário vazio é muito estratégico, sabe jogar... ele desenvolve meios nos quais aperfeiçoa sua capacidade de enganar cada vez mais e melhor todas as pessoas q passa a ter contato com ele. diria até q é um bom articulador... só num tem conteúdo sobre nada. mas sabe perceber se vc concorda, discorda, apoia, exalta, rebaixa certa opnião (assim como qualquer criança de 8 anos) mas o diferencial é q ele consegue criar um ambiente de diálogo, onde na verdade é um monólogo, pq só o outro fala. e assim, o vazio, vai decorando tudo aquilo q está sendo dito pelo outro... pra reproduzir a mesma coisa em outro local ou em outra ocasião! e é assim q nasce uma suposta "opnião própria"..

por exemplo...
o revolucionário vazio chega a um novo ambiente com aquela postura metade arrogante metade tranquilo, mas q apresente um significado superior as pessoas comuns, e repete tudo q ouviu em algum lugar sobre determinado assunto, mas de forma q estivesse perguntando e ao mesmo tempo afirmando, ele cria estratégicamente uma confusão... nessa confusão é onde o outro coloca sua opnião.. pq percebeu mais ou  menos qual é o tema!! e aí oq acontece???? mais retalho pro raciocínio trapo do nosso amigo revolucionário vazio!!!!





não com tanta humildade assim...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um nó e oito linhas



boicota q nós vórta! - tamu aí fazendo qualquer coisa...




Alguns pretos de classe média e a grande maioria dos brancos inúteis - pequenos comerciantes, pequenos fabricantes -  só combatem a burguesia quando esta compromete sua existência como classe média. "vc ouviu bem???" a classe média só combate a burguesia qndo está ameaçada de perder os privilégios de classe média! caso contrário, esquece...
eles, sejam pretos ou brancos, não são iguais e nem revolucionários, mas conservadores; pior... são reacionários! pois pretendem "fazer girar para trás a roda da história". reproduzem o discurso da classe branca racista dominante e opressora tão naturalmente como se fosse seu proprio discurso! quando assumem uma postura revolucionária é pq estão em declínio econômico, uma iminente "queda" para a classe proletaria; sendoa assim, eles, da classe média, não defenderão seus interesses atuais, mas seus interesses futuros; abandonarão seu próprio ponto de vista para se colocar no do individuo trabalhador que sobrevive de salário mínimo. e como o racismo nesse brasil de merda é genocida com o negro, isso é mais um pesadíssimo mecanismo de destruição que acaba aleijando o preto de classe média e impossibilitando-o de ascender e ocupar espaços de poder dentro das estruturas capitalistas. é nesse momento em que vc acaba vendo pretos universitários da classe média lutando ferrenhamente contra o racismo que não permite seu progresso. mas, sem tocar na questão de classe como se estivesse tudo bem se não houvesse racismo!!! e brancos barbudos universitários socialistas combatendo as classes que impedem seus sonhos. mas, sem tocar na questão racial como se estivesse tudo bem se não houvesse classes!!!

é claro que econômicamente a raça branca está anos luz a nossa frente. mas devido um problema racial e classista. agora, se os brancos realmente querem igualdade??? só o procedê e nossa luta vai dizer.. até hj nenhum bom exemplo me vem a memória!

o racismo não acabará juntamente com as classes, as classes não terminarão enquanto houver racismo!!!

confuso é o pensamento!!!


mulher negra favelada na vanguarda de todos os movimentos sociais do rio de janeiro já!


Flavio SantoRua

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Progresso pros nossos!!!



"A associação de qualidades negativas à imagem da população negra alimenta o preconceito, até mesmo infelizmente entre as negras e negros. Afinal, não é nada agradável ser percebido como o sujo, o pouco inteligente, o feio. Os livros escolares também NÃO contribuem para uma educação que contemple a diversidade de estudantes que os utilizam. Neles, nós negras e negros ainda somos retradadas(os) como escravizadas(os) passivas(os), e nunca sujeitos da história. Você já ouviu falar da frente negra brasileira??? e da revolução do haiti??? e por que Zumbi dos Palmares só "surgiu" na década de 1980???
a população negra só aparece em livros didáticos até o brasil colônia. fora desse período histórico, nós simplesmente não somos representados. a gente desaparece como um passe de mágica. nós negras e negros vamos de escravizadas(os) a inexistentes. isso também ocorre na mídia. não à toa, você já percebeu, por exemplo, que as(os) protagonistas de novelas e comerciais são quase sempre mulheres brancas e homens brancos, enquanto papéis reservados às negras e negros costumam ser de menor importância. é preciso muita mudança para que a vergonha que muitas(os) negras e negros sentem de sí e de sua raça vire orgulho!! e impulsione transformações sociais concretas. Necessitamos valorizar a nossa cultura negra! resgatando a auto-estima de nossos irmãos afro-descendentes."


* fonte: livro Cotas Raciais, POR QUE SIM?

terça-feira, 25 de maio de 2010

Raça?



 Há alguns anos, descobriu-se que a diferença genética entre os mais diferentes grupos étnicos do mundo é muito pequena (descobriram depois de escravizar né, é claro...), o que derruba o mito da existência de diferentes raças humanas.
No entanto, os traços físicos (cor da péle, textura do cabelo, etc.) ainda influenciam na percepção históricamente construída, com valores europeus e negativos para a população negra, podendo assim orientar ações sobre esses indivíduos negros.
Quando as pessoas negras favoráveis a politica de ações afirmativas falam de "raça", estão dando um sentido político e social ao termo. ou seja, referem-se as pessoas que, por considerarem importante para suas identidades a presença de componentes de matriz africana, se auto declaram pretas, pretos, pardas ou pardos. Numa leitura politica, essas duas categorias de cores são entendidas como o segmento "NEGRO" da população, pois as pesquisas mostram que as trajetórias de vida das pessoas pretas e pardas são muito mais próximas entre sí do que se comparadas com as trajetórias das pessoas brancas.

A desigualdade e a discriminação racial precisam ser corrigidas também com políticas públicas, e não só com a idéia de que somos um "paraíso racial". por isso, a politica de ações afirmativas tem adotado o critério da autoclassificação em um contexto de construção da identidade negra.
para entendermos a adoção de ações afirmativas que favoreçam a raça negra, é importante relembrar como o conceito de raça foi construído e utilizado ao longo do tempo. dessa maneira, será mais fácil entender por que é necessária uma política específica para parte da população que foi, e ainda é, tratada de forma desigual e negativa.



*texto retirado do manifesto a favor das cotas! COTAS RACIAIS, POR QUE SIM?

terça-feira, 18 de maio de 2010

esse recado não é para todos!!!

salve!!!

Caros amigos íntimos! num to conseguindo postar as paradas que desejo... mas logo, logo, tamu de volta!!! to lendo os posts de geral. só num to escrevendo mesmo. bjo!

obs: todo ódio aos imbecís sem conteúdo!!! os idiotas poderiam destruir seus inimigos facilmente, se não tivessem tão limitados a acusá-los apenas chamando-os de falsos e invejosos.. putz... estuda meu povo, estuda!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

dá-lhe... MANIFESTO BAUMAM - parte 02

O favelado é o pesadelo do morador da zona sul, o "demônio interior" do morador da zona sul que precisa ser exorcizado diariamente. A simples visão do favelado faz o morador da zona sul tremer - não pelo que o favelado é, mas pelo que o morador da zona sul pode vir a ser em alguma circunstância. enquanto varre o favelado pra debaixo do tapete - mantendo-os bem confinados em guetos "distantes" e exigindo seu exílio e prisão - o morador da zona sul busca desesperadamente, embora em última análise inutilmente, deportar seus próprios medos. um mundo sem favelado será um mundo no qual Gregor Samsa jamais passará pela metamorfose e os moradores da zona sul jamais acordarão na péle de favelados. um mundo sem favelados é a utopia da sociedade dos moradores da zona sul. a política da sociedade capitalista pode ser em grande parte explicada - como a obsessão com "a lei e a ordem", a criminalização da pobreza, o recorrente extermínio de negros e indios etc.- como um esforço contínuo e obstinado para elevar a realidade social, contra todas as evidências, ao nível dessa utopia.

o problema, porém, é que a vida dos moradores da zona sul não teria nem a metade do prazer que tem se não fossem os favelados à volta para mostrar como seria a alternativa a essa vida, a única alternativa que a sociedade capitalista torna realista. a vida do morador da zona sul não é um mar de rosas e muito provavelmente as rosas que aí se encontram nascem em talos bem espinhentos. é preciso enfrentar muitas dificuldades em nome da liberdade burguesa: a impossibilidade de relaxar, a incerteza envolvendo cada escolha, os riscos ligados a cada decisão sendo maiores mas não os únicos. além disso, a alegria de escolher tende a perder muito de sua atração quando toda a vida da pessoa se torna uma sequencia de aventuras. portanto há um bocado de coisas das quais poderia se queixar o morador da zona sul. e a tentação de buscar outra forma, não burguesa, de felicidade está sempre presente. jamais pode ser eliminada, mas apenas posta de lado e não por muito tempo. o que torna suportável a vida do morador da zona sul, o que torna a sua dureza uma irritação menor e permite mudar e colocar a tentação numa prateleira escondida é essa mesma visão do favelado que o faz estremecer.

domingo, 2 de maio de 2010

Não me erre o tiro, tbm me sinto só as vezes que parto





coisa morta, sem cor, perpétuamente descalça
alimenta a falsidade com a farça de não ser falsa
todo mundo te vê, todo mundo te conhece     ...      (hahaha!!! cê acha q não???! putz...)
pra fingir que te aceita a tolerância se amolece

aparece e não aparece!!! aparece ou não aparece???

não irei te munir com palavras. afinal, vc quer nosso brilho!
é certeza no front da guerra
você não apertar o gatilho...
 ... você não apertar o gatilho...
 o... gatilho... você apertar o gatilho!
... na direção contrária...

morre mãe, morre pai, morre filho
na felicidade vagão se todo amor é um trem
você é quem destrói nosso trilho...
morre...
morre... morre filho... filha morre...


aqui não tem o que você procura
eu só declamo loucura
não me envolvo e não estamos querendo desenvolver a sua, a deles, a nossa cura
então sai... vai embora... bem de pressa vai de vez
mas antes responda! quem mandou e quem fez???


eu não soube responder... era estranho... parecia um sonho... então eu fui...
num respondi... num... nada... só fui...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Bolei com os sons!!!

num consegui fazer um link pra galera só clicar e acessar... então copia aí e cola lá .. demoro???

vamu valorizar os nossos!!! quebrar o orgulho hein... e o estrangeirismo tbm...



OUÇAM!!!
http://www.myspace.com/raeldarima



Paz a todos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lá vem a Cidade - Lenine





EU VIM PLANTAR MEU CASTELO
NAQUELA SERRA DE LÁ,
ONDE DAQUI A CEM ANOS
VAI SER UMA BEIRA-MAR...

VI A CIDADE PASSANDO,
RUGINDO, ATRAVÉS DE MIM...
CADA VIDA ERA UMA BATIDA
DUM IMENSO TAMBORIM.
EU ERA O LUGAR, ELA ERA A VIAGEM
CADA UM ERA REAL, CADA OUTRO ERA MIRAGEM.

EU ERA TRANSPARENTE E ERA GIGANTE
EU ERA A CRUZA ENTRE O SEMPRE E O INSTANTE.
LETRAS MISTURADAS COM METAL
E A CIDADE CRESCIA COMO UM ANIMAL,
EM ESTRUTURAS POSTIÇAS,
SOBRE AREIAS MOVEDIÇAS,
SOBRE OSSADAS E CARNIÇAS,
SOBRE O PÂNTANO QUE COBRE O SAMBAQUI...
SOBRE O PAÍS ANCESTRAL
SOBRE A FOLHA DO JORNAL
SOBRE A CAMA DE CASAL ONDE EU NASCI.

EU VIM PLANTAR MEU CASTELO
NAQUELA SERRA DE LÁ,
ONDE DAQUI A CEM ANOS
VAI SER UMA BEIRA-MAR...

A CIDADE
PASSOU ME LAVRANDO TODO...
A CIDADE
CHEGOU ME PASSOU NO RODO...
PASSOU COMO UM CAMINHÃO
PASSA ATRAVÉS DE UM SEGUNDO
QUANDO DESCE A LADEIRA NA BANGUELA...
VEIO COM LUZES E SONS.
COM SONHOS MAUS, SONHOS BONS.
FALAVA COMO UM CAMÕES,
GEMIA FEITO PANTERA.
ELA ERA...
BELA... FERA.

DESTA CIDADE UM DIA SÓ RESTARÁ
O VENTO QUE LEVOU MEU VERSO EMBORA...
MAS ONDE ELE ESTIVER, ELA ESTARÁ:
UM SERÁ O MUNDO DE DENTRO,
SERÁ O OUTRO O MUNDO DE FORA.

VI A CIDADE FERVENDO
NA EMULSÃO DA RETINA.
CREPITAR DE VIDA ARDENDO,
MARIPOSA E LAMPARINA.
A CIDADE ENSURDECIA,
RUGIA COMO UM INCÊNDIO,
ERA VENENO E VACINA...

EU VIM PLANTAR MEU CASTELO
NAQUELA SERRA DE LÁ,
ONDE DAQUI A CEM ANOS
VAI SER UMA BEIRA-MAR...

EU PAIRAVA NO AR, E OLHAVA A CIDADE
PASSANDO VELOZ LÁ EMBAIXO DE MIM.
ERAM DEZ MILHÕES DE MENTES,
DEZ MILHÕES DE INCONSCIENTES,
SE MISTURAM... VIRAM ENTES...
OS QUAIS CONDUZEM AS GENTES
COMO SE FOSSEM CORRENTES
DUM RIO QUE NÃO TEM FIM?

ESSE RUÍDO
SÃO OS SÉCULOS PINGANDO...
E AS CIDADES CRESCENDO E SE CRUZANDO
COMO CÍRCULOS NA ÁGUA DA LAGOA.
E EU VI NUVENS DE POEIRA
E VI UMA TRIBO INTEIRA
FUGINDO EM TODA CARREIRA
PISANDO EM ROÇA E FOGUEIRA
GANHANDO UMA RIBANCEIRA...
E A CIDADE VINHA VINDO,
A CIDADE VINHA ANDANDO,
A CIDADE INTUMESCENDO:
CRESCENDO... SE APROXIMANDO.

EU VIM PLANTAR MEU CASTELO
NAQUELA SERRA DE LÁ,
ONDE DAQUI A CEM ANOS
VAI SER UMA BEIRA-MAR...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

dá-lhe... MANIFESTO BAUMAM - parte 01





esse texto não é pra todos!!!




 no Rio de Janeiro ...

O favelado é o alter ego do morador da zona sul. Ele é também o mais ardente admirador do morador da zona sul - tanto mais pelo fato de não ter uma noção das inconveniências reais, que não são muito comentadas, da vida do morador da zona sul. pergunte aos favelados que tipo de vida gostariam de ter se pudessem escolher e você terá uma descrição bem aperfeiçoada da alegria do morador da zona sul "tal como vista na tv". os favelados não tem outras imagens boa da vida - nenhuma utopia alternativa, nenhuma agenda politica própria. A única coisa que querem é permissão para serem moradores da zona sul - "como qualquer outro..."

tanto o morador da zona sul como o favelado são consumidores - e os consumidores dos tempos modernos avançados ou pós-modernos são caçadores de emoções e colecionadores de experiências; sua relação com o mundo é primordialmente estética:
ambos percebem o mundo como um alimento para a sensibilidade, uma matriz de possíveis experiências (experiências que se vivem e não experiências que se sofrem) -
ambos "saboreiam" o mundo, como os experimentados frequentadores de museus saboreiam o tete-a-tete com as obras de arte. os dois são tocados - atraídos ou repelidos - pelas sensações prometidas.

essa atitude em relação ao mundo une-os, faz um igual ao outro. esse é o tipo de semelhança que permite que os favelados simpatizem com os moradores da zona sul. pelo menos com a imagem do morador da zona sul, e desejem participar de seu estilo de vida; mas isso é uma semelhança que os moradores da zona sul se esforçam em esquecer, embora para seu desânimo não possam reprimir de fato inteiramente.

o segredo da sociedade atual está "no desenvolvimento de um senso de INSUFICIÊNCIA ARTIFICIALMENTE CRIADO E SUBJETIVO" - uma vez que nada poderia ser mais ameaçador para seus princípios fundamentais do que as pessoas se declararem satisfeitas com o que têm.
o que as pessoas tem de fato é assim diminuido e "manchado" pelos mais favorecidos através de insistentes e excessivas exibições de aventuras extravagantes: "assim os ricos se tornam objetos de adoração mundial."

mas, não é mais o rico em sí, o herói digno de adoração universal. o objeto de adoração agora é a propria riqueza - a riqueza como garantia de um estilo de vida mais extravagante e pródigo. o que importa é o que se pode fazer, não o que deve ser feito ou o que foi feito.
universalmente adorada nas pessoas ricas é a sua maravilhosa capacidade de escolher como levar a vida, os lugares onde viver, os companheiros para partilhar esses lugares e de mudar tudo isso à vontade e sem esforço. essas pessoas são guiadas pela estética do consumo; é a exibição de um gosto estético extravagante e mesmo fútil, não a obediência à ética do trabalho ou o seco e puritano preceito da razão, não o mero sucesso financeiro, que está no coração da grandeza a elas atribuída e que lhes dá direito à admiração universal. nõ é nada disso ... é a exibição de um gosto extravagante e fútil.

os favelados não abitam uma cultura separada dos moradores da zona sul, eles tem que viver no mesmo mundo ideado em benefício dos que tem dinheiro. a favela apodrece e se agrava a medida que a economia cresce! com efeito, progresso significa mais pobreza e menos recursos para os favelados; e ao mesmo tempo, esse crescimento leva a uma exibição ainda mais frenética de maravilhas de consumo... aumentando ainda mais o abismo entre o desejado e o real. a medida em que a economia cresce a favela apodrece, e o objeto de desejo que antes já era distante, se torna ainda mais querido e mais distante.
tanto o morador da zona sul como o favelado foram transformados em consumidores, mas o favelado é um consumidor frustrado. os favelados não podem realmente se permitir as opções sofisticadas em que se espera que sobressaiam os consumidores; seu potencial de consumo é tão limitado quanto seus recursos. essa falha torna precária a sua posição social.

os favelados são uns estraga-prazeres meramente por estarem por perto, pois eles não lubrificam as engrenagens da sociedade de consumo, não acrescentam a prosperidade da economia com seu consumo insignificante. assim, são vistos como inúteis, no único sentido de "utilidade" em que se pode pensar numa sociedade de consumo. por serem inúteis são também indesejáveis. como indesejáveis, são naturalmente estigmatizados, viram bodes expiatórios. mas seu crime é apenas desejar ser como os moradores da zona sul... sem ter os meios de realizar seus desejos...

os moradores da zona sul os acham detestáveis, vergonhosos e ofensivos, mostrando-se incomodados com sua companhia indesejada, é por razões mais profundas que existe o tão badalado "custo público" de manter os favelados vivos. os moradores da zona sul tem horror dos favelados pela mesmíssima razão que os favelados encaram os moradores da zona sul como "ídolos": na sociedade capitalista o playboy e o assaltante são as duas faces da mesma moeda.
o favelado repito é o alter ego do morador da zona sul. a linha que os separa é tênue e nem sempre muito nitida. pode-se cruzar facilmente sem notar ...

esses felizes moradores da zona sul raramente se deixam perturbar pela idéia de que sua vida poderá se descarrilhar e descambar para a favela. e há alguns favelados irremediáveis que de há muito jogaram a toalha e abandonaram toda esperança de chegar algum dia a categoria de morador da zona sul.
e entre esses dois extremos há uma grande parcela, possivelmente uma maioria substancial da sociedade capitalista que não está bem certa de onde se encontra no momento e muito menos se sua posição atual prmitirá ver a luz do dia seguinte. afinal, empregos temporários, ações sobem e descem descontroladamente, habilidades desvalorizadas e superada por novas ou por maquinas, os bens que gostamos e nos orgulhamos hoje amanhã são obsoletos, bairros sofisticados tornam-se decadentes e vulgares. como nenhum seguro de vida protege o dono da apólice contra a morte, nenhuma política de segurança do estilo de vida do morador da zona sul o protege de desembarcar para a decadência financeira.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sociedade de Consumo - parte 1

"A pobreza não pode ser "curada", pois ela não é um sintoma de um tipo de doença do capitalismo. muito pelo contrário. a miséria é a evidência da saúde e robustez, do seu impulso para uma acumulação e esforços sempre maiores ... mesmo os mais ricos do mundo se queixam sobretudo de todas as coisas de que se devem privar ... mesmo os mais privilegiados são compelidos a carregar dentro de si a urgência de lutar para adquirir..." - J. Seabrook


Nossa sociedade é uma sociedade de consumo.
Quando falamos de uma sociedade de consumo, temos em mente algo mais que a observação trivial de que todos os membros dessa sociedade consomem.

todos os seres "consomem" desde tempos imemoriais. O que devemos ter em mente é que a nossa é uma "sociedade de consumo" no sentido, semelhantemente profundo e fundamental, de que a sociedade dos predecessores dos brancos, a sociedade moderna européia nas suas camadas fundadoras, na sua fase industrial, era uma "sociedade de produtores".
aquela velha sociedade moderna enganjava seus membros primordialmente como produtores e soldados; a maneira como moldava seus membros, a "norma" que colocava diante dos seus olhos e os observava insistentemente, era ditada pelo dever de desempenhar esses dois papéis. (ser produtor ou ser soldado) não que essa sociedade não houvesse consumo... mas era uma sociedade voltada para a produção.
a norma que a sociedade colocava para seus membros era a capacidade e a vontade de desempenhar esses dois papéis.

Mas no seu atual estágio a sociedade tem pouca necessidade de mão de obra industrial em massa e de exércitos recrutados; em vez disso, precisa enganjar seus membros pela condição de consumidores. a maneira como a sociedade atual molda seus membros é ditada primeiro e acima de tudo pelo dever de desempenhar o papel de consumidor. a norma que a sociedade coloca para seus membros é a de capacidade e vontade em desempenhar esse papel. consumir...

Apenas consuma desesperadamente, não importa o que! apenas compre!

Baumam - Globalização



Minha parte é o lado responsável e semi-analfabeto da arte! - F.SR

sábado, 10 de abril de 2010

Sua Capital Seu - Fugere Urbem nós parafernalha, nós nuvem!



NUVENS ENFERRUJADAS


Um monstro feito de pedra, todo cinza por dentro
triste, melancólico, dono do espaço-tempo
artérias-ferrovias, asfalto reveste a péle
suas teorias impedem que eu me rebele
fumaça é seu ar fresco, a rua seu tentáculo
favela seu produto, miséria seu espetáculo
a morte são suas flores brotando em qualquer estação
epidemia impressa em fábrica e facção
expressa-se vulgar, mija esgoto no mar
me cega, kd o céu?! devasta o poder de amar
consumo é sua fonte de "essência" transformadora
seu sangue é o suor da classe trabalhadora
o que sobrar de nós, quem causar encômodo
é devorado pelo monstro e armazenado em seu presídio-estômago

somos o exército de parafernalha que alimenta e combate esse monstro...

seus olhos... cameras de vigilância
sua voz... motores industriais, buzina e ambulância
suas garras... homens fardados
sua língua... dinheiro
seu idioma... suor e sangue
seu ar... fumaça
seu sonho... ferrugens
seu coração... nós a massa
seu pesadelo... as nuvens

Chove Chuva, Chove e Leva Tudo!
é culpa do homem...não é culpa do mundo...

A Natureza também se Vinga!

humildemente...

terça-feira, 30 de março de 2010

Tecnologia Sacarose.





Em Nós e Sobre nós...

não que num sejamos doce
não que a chuva não disperce
não que meloso num fosse
da doçura um, outro tipo, alicerce

cidade solta delicada e caduca
não somos feitos de açucar!
não somos peito de aço
não somos bala e bazuca
não somos só bunda e braço
que rebola e batuca

insistem em me acusar de ladrão
chamar minha irmã de puta
quando minha mãe chora com o assassinato do meu irmão
com raiva na televisão, nossa nação
considera outra "velha maluca"

sofrimento grande, amores largos
e a gente se acustuma com vários fatos amargos
fomos da colheita do café até o corte da cana
da cama de senzala  pras esquinas urbana...

podemos até sorrir pra vocês.
mas, não somos otários, não somos otários!

"...na procura pela cura da loucura quem tiver cabeça dura
vai morrer na praia..."


humildemente...

segunda-feira, 29 de março de 2010

A sombra confusa

O BLOG NÃO ESTÁ MAIS ACEITANDO AS IMAGENS QUE EXPONHO. POR FALHA NA INTERNET, DEFEITO NO COMPUTADOR, BOICOTE, ENERGIA NEGATIVA DOS INCOMODADOS, VÍRUS, ETC...


MAS VAMU QUE VAMU!!! É NÓS CONTRA O MUNDO!!!

quinta-feira, 25 de março de 2010

A inveja Margem Horizontal - O poema sem fim ...



Certos atos nossos ofendem a lei


moral gestual e intelectual
desgosto pelo bem alheio me transforma em canibal
possíveis razões, medidas inacreditáveis ...
até sabemos amar, mas, não sabemos ser amáveis
o sorriso de um, causando raiva no outro
ideologia em comum pra qualquer tipo de esgoto
escroto desgosto transborda pela cidade,
afoga a trabalhadora em cansaço e perversidade
deteriora o ambiente, e infelizmente, nos atrapalha
carne e navalha, sociedade canalha
a inveja é faísca nesse mundinho de palha
insatisfação muralha com os casos que me aparecem
com os risos que me oferecem!!!
com a imutável condição
que os pretos permanecem
enquanto porcos engordam, falsos se fortalecem
enquanto os jornais sufocam, os empresários agradecem
minhas mães, minhas mãos padecem
as pessoas sabem bem que são o que não merecem
brinda cachaça quente na angústia desse calô.. amargo
cobra da mulher e do filho mais velho o que o patrão não te pagô.. embargo

chorei sozin ...

cresci na escadaria, no beco, perto das drogas e armas estrangeiras
onde o soviet não chegou e a N.A.S.A. num pois bandeira
pra vc isso tá distante .. ?? pra mim tá tudo relacionado!!
a diferença é ser "ficante" e achando que é namorado
mundo fardado, globo fatiado
um prato de porcelana com os olhos do povo ao lado
foram na lua, mandaram robô pra marte
elegeram um cara preto pra dizer que eu faço parte
inventaram microship, bombardeio atômico
coração artificial, aerojato supersônico
desafogaram o titanic, piquenique no tibé
golfe no taiti, monopólio do acarajé
tanque de guerra, coca-cola, aids, mataram angola
extração de petróleo, sonar, radar, vírus ebóla
senhor e senhora
empréstimo me penhora
nos abandonaram no tempo, mas roubaram as horas
de todas as filosofias contemporâneas
até um pouco antes da caixa de pandora
eles deram jeito em tudo!
menos no lugar que nós mora...  vai veno ...
tá tudo relacionado neguin ...





LEVANTA DAÍ PORRA!!! NUM AGUENTO MAIS TE VER IGUAL UM IMBECÍL COM MEDO DO MUNDO!!! FAÇA... JÁ NÃO IMPORTA O QUE, APENAS FAÇA... LEVANTA PRA GUERRA FAVELA!!!






humildemente ...


terça-feira, 23 de março de 2010

O Espelho, A Imagem



Me olho mas não me vejo,tristeza
Impossibilitado o desejo,beleza
Quem sou eu?O que sou eu?
Lábios grossos?traços finos,apogeu
Cabelos pro alto,herdeiros em baixa
Esteriótipos?Cabelo bombril,pele de graxa
Me confundo no reflexo preto
Sou tão branco quanto quem nunca saiu do gueto
Aprendi a ser feio
Roupa sem marca,meia furada,bicicleta sem freio
Espelho espelho meu,me faça princesa
Frustada,cabelo alisado,farinha na mesa
Não como,mas como,me coma!
O importante é o resultado da soma
Máquina de sexo?Reprodução em massa?
O que me tornei em torno da farça?
Quero ser LINDAA!!Grito até faltar ar no pulmão
Quero ser ela...qual?Aquela que a péle reluz no sol do verão
Ser eu não tem graça,esmirrada que só
Espinha,magrela,gorda de dar dó
Se conseguisse,seria quem quizesse
Cabelo de merda,essa droga só com prece
Me flagelo,não sou belo,tampouco o belo
Nariz de batata,sorriso amarelo
Ferro na boca,sorriso torto
Celulite,flácidez,olhos de morto
Fulana se parece comigo,mas é tão linda
Ciclana diz que eu sou linda...mas que mentirosa,bandida
Tenho espelho em casa,ele não mente
Não me reconheço,mas reconheço beleza na minha frente
Aprendi desde nova,meu potencial não interessa
Valorizo o do proximo,com isso o meu cessa
Enxergam rainhas,damas,altezas
Enxergo o padrão do branco ainda acesa

humildemente ...
tHIAGO uLTRA

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Território DeLs



A fronteira invisível rompeu a barreira da imaginação.

Agora a separação se torna cada dia mais “visivelmente” concreta. Através de concreto, Muro, grade, cerca elétrica, condomínios e sistema de monitoramento por câmeras de segurança.
Tudo pela preservação da espécie, tudo pela segregação da espécie!
Tudo por amor a vocês, tudo por ódio a vocês!



Calçada, estrada lagoa-barra, uniforme, CEP, marca, poder aquisitivo, poder de consumo, cor, raça, credo, religião, sotaque, diploma, dinheiro, sobrenome, porta, porteiro, interfone, perigo cão raivoso, roleta, catraca, detector de metais, porta giratória, vidro fechado, cadeado, planta no muro, muro chapiscado, revolver, cerca elétrica, guarda pessoal vestido de terno, cultura, riso de deboche, perfume francês, relógio dos sonhos, sapato com preço de eletrodoméstico, pose, material e falsidades convencionais.







humildemente...

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Momento em que os olhos brilham!




Se no momento Eu! sou o melhor do mundo! então deixe-me viver O momento. mesmo que dure um segundo, mesmo que seja eterno!


Ginga joseph, dança da silva
Viva coreografia, coreografia viva
Conduz e reluz, multidões e canções
Por amor, sem amor...
Pra se livrar dos grilhões
Mil leões vislumbraram o espetáculo
Riso permanente fora
Dentro um coração de plástico
Hi-tek chemistry tecnological
Mpc, caixa de fósforo, berimbal
Gueto....
Da Bahia ao Brooklyn
Moonwalker no gabão ou capoeira em berlim


Ginga michael, dança joão...
Orgulho, suor, sou o melhor do mundo no momento
Num estádio lotado ou só no meu pensamento
A calça é branca mística com um cordel encantado
Ou preta social de um estilista renomado
Dança rei mostra de onde veio
E num precisa mudar a cara se alguém te chamar de feio


Ginga astro do pop, dança capoerista qualquer
Viemos do mesmo berço, parido da mesma mulher
As cores dos olhos importam demais nessa altura do campeonato
Pq já levaram a péle como seqüestro, um rapto...
Covardes...
Levaram à força.... junto a milhões de sonhos resumidos em um
Michael jackson da silva ou algum rapaz comum...


num desacredita não favela!



humildemente.

terça-feira, 9 de março de 2010

What's Your Name Neguinho?? /// - codinome buiú


Neguinho??!

Todos nós temos um nome, temos uma fisionomia particular, caráter próprio, ““ destinos diferentes “”. Cada individuo humano é uma pessoa. Parece muito simples isso!

Nós sendo animais racionais e até então considero nossa capacidade de aprendizado infinita. Quando criança, aprendemos a andar e a falar, depois vamos à escola e aprendemos várias coisas, ler e escrever, zuar e dançar o passinho, até de vez enquanto as mais complexas ciências. Aprendemos profissões, aprendemos a praticar esportes, a dançar, a realizar obras de arte, etc.
Quando chegamos ao mundão somos todos, uma espécie de promessa, uma expectativa, sem nome nem figura. A penas um individuo novo. A cada dia um ser novo surge e passa a ocupar um lugar, assim cria uma série de relações. Afinal, para identificar cada criança que chega de surpresa ou não, a princípio dão um nome. Ao invés de dizer: << o neném está chorando>> diremos: << o Raimundo está chorando>>
Assim o neném começa a ser definido, especificado, distinto de todos os outros nenéns.
Todos os brancos quando nascem ganham um nome de batismo, associado ao nome herdado da família.
E nós, até um tempo atrás recebíamos nomes portugueses ou espanhóis, agora com a invasão estadosunidense recebemos também nomes norte-americanos, e associados ao primeiro nome (português, espanhol ou “inglês”) recebemos o nome da família que se tornou seqüestradora ou proprietária de nossos ancestrais.
Ex: nós éramos seqüestrados de nossa terra natal. Chegávamos aqui e recebíamos o primeiro nome. Quem escolhia nosso nome era o seqüestrador ou comprador do nosso corpo. Desconsiderando completamente nossa identidade, o segundo nome, ou sobrenome atribuído a nós, era o da família que nos “comprasse”.
Se você é preto ou se julga “moreninho” saiba que seu sobrenome europeu, o mesmo que você ostenta com orgulho foi uma imposição do seqüestrador aos seus ancestrais com a intenção de fazer sumir todas as características culturais, morais, físicas e sociais dos antigos AFRICANOS.
E ainda hoje carregamos em nós por penitência ou castigo o nome deles. Não dos ANCESTRAIS. Mas, de seus seqüestradores.
Não possuímos nome, não possuímos identidade, nossa realidade não é tão diferente assim. As pessoas de onde eu vim, geralmente passam pelas mesmas ocasiões e circunstancias o que muda é só um detalhe ou outro. Mas a regra é a mesma.

To tentando me achar, to tentando descobrir meu nome, to tentando descobrir o que são esses detalhes. mesmo sendo um ou outro que diferencia as favelas. Na regra geral parece que nascemos com o destino já traçado.

Será?!

Ah, isso tudo deve ser loucura. Deixa pra lá!


To só tentando descobrir meu nome...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Eu sou a contradição!



Nossa autonomia consiste em que? Cansei...
Protesto contra os negróides! Eu sou a contradição!
É uma piada mesmo, só tenho como definir assim...

Os negróides hoje entram no templo sagrado da brancura... A universidade e sai achando que é intelectual ou pastor! Veste a camisa do malcon X escreve os mandamentos para religião “movimento negrista”.
Primeiro, os negróides não tem competência suficiente pra interpretar as relações sociais baseadas nos objetos de produção capitalista. Não conseguem entender, por incapacidade ou por falta de informação que é através das relações de pessoas mediadas por mercadorias que geramos nossos anseios, nossas vontades, gosto, preferência, desejo, sonho, etc.
Os negróides, os infantis negróides, tanto do gênero masculino quanto feminino se preocupam em inflar o ego, estão preocupados em escrever livros e fingir que não são soberbos.
Nós os favelados não temos dinheiro, sofremos um problema de exploração capitalista...
Somos explorados pra produzirmos os objetos dentro de um sistema econômico que nos mantém sem dinheiro. Esses mesmos objetos que conservam esse sistema econômico são os que controlam nossos desejos e vontades, sonhos e realidade.
E quem controla esses meios de produção “indiretamente” nos controla. Exibindo carros, tênis, mulheres brancas, grifes e marcas, etc. associando todos esses produtos à felicidade!
Ou seja, conseguem nos fazer acreditar que nossa felicidade consiste em podermos “consumir” esses “produtos”. Quanto mais você consome em busca de felicidade, mais se produz e mais se produz o desejo em você em querer essa falsa felicidade! É assim que o sistema funciona.
A classe burguesa te paga salário e fica torcendo pra você consumir tudo que puder. Pois é dessa maneira que você devolve a grana pros safados! Viu como é simples?!
Como os donos dos meios de produção são de outra raça e através desses meios eles materializam seu imaginário, criando seus produtos baseados nos próprios conceitos e estereotipando o negro, inferiorizando e vulgarizando a mulher negra. Como isso é o que está na mente do branco burguês racista dono dos meios de produção. Eles farão de tudo pra que nós da favela nunca tenhamos poder sobre o modo de produção. nunca tenhamos poder econômico, nem político. Mantém assim o monopólio da produção. Monopólio do controle sobre nós! E esses são os interesses dessa classe. Conservar sua riqueza, nos controlar e impedir que saibamos o que somos!!! Criam muitas marcas, muitos entretenimentos!!! Através de vários aparelhos de repressão!
E os negróides geralmente não são tão prejudicados por esse tipo de organização social e sistema econômico. Então eles acabam se tornando incapazes de perceber que existe um problema sistêmico. Enquanto isso tanto os negróides do gênero feminino quanto masculino escrevem suas infantis insatisfações. Que poderá até nos conduzir a satisfação egoísta! Mas não a libertação!
Os negróides são afrodiaspóricos adeptos da afrocentricidade. tá ligado?! Entendem a luta pela libertação como religião, tão cheios de “não pode” na cabeça.
Eu sou só um favelado... acho q a gente deve sorrir, se divertir, se organizar entender a sociedade e os indivíduos que a compõe. E não ficar preocupado em criticar a nós mesmos... contraditório não? rs...
Antes de nos criticar nos entenda... antes de me criticar, me entenda! e muito cuidado porque o hipócrita pode estar sendo você! Lutemos em prol da liberdade econômica do povo preto! Não pela massagem de ego e insignificância da atuação dos negróides e afins nesses argumentos ricos em importância secundária. outras caracteristicas fundamentais dos negróides também.. é o sectarísmo e a arrogância! mas, principalmente o sectarismo!

"...aqui nós sentimos
que nunca acaba de caber
mais dor no coração..."
diferente de você, eu vivi a vida inteira na senzala. quero a renovação da estrutura social e não só deixar o cabelo crescer!


os negróides mandam você seguir os mandamentos de ser negro e negra!
caso contrário você não irá pro céu... ops, quer dizer, não voltará pra África! faça-me o favor né?! rs.
cês tão de brincadeira... mas num liga pra isso tudo não! quem tá blasfemando aqui sou eu...
E apenas eu não serei aceito no reino dos céus, oops. denovo, eu é que não serei aceito na África!
eu blasfemo contra os negróides, falo mal da religião "movimento negrista" e ainda vou casar com uma mulher branca ... xiiiii, to ferrado mesmo... Sou mais um pecador enquanto os negróides se matam pra ser o messias.




a coisa mais fácil pros negróides é criticar e a mais dificil é fazer sorri.




Eu sou a contradição, viva o povo das favelas!




humildemente

Sociedade Cinzas

Nós estamos tão cobertos de poeira nessa atmosfera de fumaça
que os pretos e os brancos ficam cada vez mais cinza e esquecem sua raça.



Todos nós sabemos que existe o estado, que há um governo branco que toma determinadas decisões e nos obrigam a obedecê-las. Em todos os tempos e em todos os lugares do Brasil há uma distinção nítida entre brancos e pretos. Porque os brancos sempre foram os governantes e os pretos os governados.
Dizem as teorias burguesas que o estado deve agir de forma que beneficie toda a sociedade brasileira. Mas, isso não acontece! Nós os negros somos também parte da sociedade num é mesmo? Mesmo estando às margens dela! Ainda assim nunca fomos beneficiados em nada!!! Nada!!!
Essas ações políticas em prol do “interesse geral”... Nada mais são que articulações de uma elite branca safada pra realizar seus interesses particulares. E continuar sempre no poder econômico, conseqüentemente político. Decidindo tudo em nome do povo, mas que em verdade só beneficia a classe pertencente a sua raça.
O burguês é um individuo branco e rico que através de sua força econômica (baseada na exploração dos pretos.) adquire força política. E a classe burguesa é o conjunto desses indivíduos.
Eles infectam todos os lugares. Seja com seus aparelhos de repressão ideológicos (ex: televisão, revista, jornal, escola, faculdade, etc.). Seja através de seus aparelhos de repressões físicas (ex: polícia, exército, guarda municipal, presídio, hospital, etc.). Seja pessoalmente. Não confunda preto rico com burguês. É parecido. Mas, não é igual. embora os marxistas e anarquistas não consigam perceber a diferença!
Os brancos pobres e os pretos alienados dirão que é tudo mesma coisa, baseado no interesse econômico. Esquecendo o conceito racial, a história, o processo de formação e relação racial e classista no Brasil. Preto não é igual a branco pobre, burguês não é igual a preto rico!
Ensinaram pra você na escola que hoje as raças não existem. Mas, esqueceram de te indenizar! E contar que a pobreza e a miséria são frutos da política racista e fascista que devido a nossas características físicas nos acorrentaram, sugaram nosso sangue, nos forçaram a construir essa nação tão tropical quanto hipócrita! Excluíram-nos de seus templos “sagrados” essa Igreja “extorquista” de hoje que durante séculos recusou reconhecer ao menos que tínhamos almas. E somente quando toda essa corja de assassinos, estupradores e seqüestradores bem entenderam nos disseram que éramos livres.
Livres, porém, sem liberdade de escolha!
Ainda querem que você viva submetido!!! Não viva acorrentado!!!
Liberte-se!



humildemente!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Órbita tiJoLo

Exclusão Racial!  - ÓRBITA TIJOLO!

Os euro-brasileiros criaram um mecanismo de manipulação bastante complexo que nos conduz pelos trilhos da alienação até a estação do servilismo. Essa rede ferroviária na verdade é um sistema de exploração baseada no controle e monopólio da propriedade. Onde o euro-brasileiro nos mantém na miséria, cria imagens através de vários mecanismos de que só se dá bem quem trabalha muito. E assim, nos mantém trabalhando muito.

Desde o inicio nós servimos apenas pra servir. E não venha com essa conversinha de que "as coisas estão mudando". Porque só temos oportunidade de viver se for pra continuar fazendo o branco lucrar cada vez mais.
O ancestral que não fosse submisso às ordens de seu seqüestrador era morto. Ainda hoje é aplicada essa mesma lógica aos nossos irmãos. Ao invés de corrente, salário! Ao invés de ração, arroz com ovo! Ao invés de chibata, palavras!
Nosso povo construiu e constrói esse país, enquanto esse país destruiu e destrói o nosso povo!
Desde o início da construção dessa nação chamada brasil. Os euro-brasileiros tentam nos transformar em “máquinas”. Seja pela exploração escravista de ontem, seja pela exploração capitalista de hoje. O fato é que nossa condição atual se dá devido um longo processo de segregação e genocídio, exploração e racismo ativo! Mais vivo do que nunca.
Todo esse distanciamento que sofremos sobre nossa origem e o abafamento do processo de formação da nossa história nos mantém numa condição desfavorável. Estão tentando nos transformar em meros contribuintes de força de trabalho na estrutura social onde a propriedade é do homem branco. Eles usam desse nosso gasto de energia pra nos vender a ilusão de que temos participação decisiva em sua propriedade (empresa, companhia, indústria, negócio, etc). mas...

Uma vez que a empresa pertence às pessoas que investem nela! Os negros e mestiços que são empregados, prestadores de serviços, ou apenas moram na localidade em que a indústria se situa. Permanecem completamente sem voz alguma nas decisões que os investidores (homens brancos) poderão tomar. - zygmunt

A indústria branca, é isso, o poder de reprodução e produção de objetos, idéias e mercadorias baseada nos conceitos e valores do homem branco, como uma tentativa de europatizar a sociedade em que vivemos. Excluindo tudo o que não for de sua origem. Mantendo numa condição subumana as outras raças. Para que nós internalizemos e absorvamos todos os traumas e doenças psíquicas desenvolvidas no processo escravista que nos ronda até os dias atuais. E Como forma de banalizar, distorcer, e não conceder uma atenção grandiosa as origens desse fenômeno esquisofrênico no qual vivemos. A indústria branca desdenhosamente diz que temos complexo de inferioridade, submissidade por natureza e tendência ao trabalho braçal e não o intelectual. Esses apenas são alguns dos grandes truques que mantém nossa população completamente controlada e sendo gradativamente eliminada bem na frente dos nossos olhos. Mas, que o racismo tão poderoso quanto invisível não nos permite ver.


Se você é daqueles com o papo furado de que mora no brasil e não consegue saber quem é preto e quem é branco... é bem simples... pergunte a um policial! aproveite e pergunte também pra onde foram os indios?




*Não vim com a intensão de trazer respostas.


humildemente.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Monstro que devora sonhos /ou/ No ponto Desabafo /ou/ Sagrada Inércia.

A população tá tão cansada, que não acredita em mais Nada!
Nem em Deus, nem no diabo!
Nem no irmão, nem no inimigo!
Nem em mim, nem em você, Nem em si mesma!
Nossas mãos automaticamente se rendem,
Nossas convicções ingênuamente se perdem.
Nossos amores se vão em valores que não nos convergem!
Qualquer coisa é sinônimo pra esperança, antes que tudo se torne fracasso!
O mundo é pra nós embaraço e o cansaço não nos permite viver.

Quanto mais reflexões… menos ações...
Ou será, mera hipocrisia no rumo das soluções?
Quem sabe? Conversa vai, conversa vem...
Cochilo de pé com a pálpebra pesada
minha carteira tá vazia, minha’lma tá desarmada
Explorada frenética, violentada estética,
delírios, devaneio, miséria e dialética, mente.
Mente... mente... mentira!

Ao redor, olha aí, ninguém sorri. Mentira!
Apanha, sente fome, ganha pouco e não sorri. Mentira!
Trabalha, paga conta, bebe alcóol e num sorri. Mentira!
Não chora nem sorri
Num reclama, nem sonha
Não se vinga, não se mata
Só obedece e se envergonha. Mentira!

O dragão conta corrente
Só poupa quem banca o banco
Capital devora tudo
Em contra-cheque ou cheque em branco
Prossegue e vê se melhora... vida pequena...
Se não chegar onde planeja, não diz que valeu a pena!

Se arrasta de joelho
A liberdade é só um espelho
Reflete seu sorriso pra esconder o choro alheio
Quem era pra libertar se prendeu no cinismo
Se corrompeu por poder ou se enganou no altruísmo
Os velhos já não tem mais razões pra serem algo
Os jovens são algo que já não tem mais razões

Autonomia pra realizar, reivindicar, ficou com quem?

Concordar, reprovar, num é mais missão pra ninguém...

Antes, eu sei que você pensava na maravilha do futuro

E hoje? enquanto aguarda a condução lotada no ponto de parada,

Por que você não consegue sonhar com mais nada???

Por que???

Até quando o “metrô” irá conduzir os trabalhadores dessa forma humilhante?

Num cubículo de ferro que mais parece um forno de cozinha, fornalha dos infernos, e ainda dizem que a qualidade de vida anda alí!

Até quando irão parar a condução no treicho que bem entendem pra esperar o tempo que quiserem? Controlar nossa hora, nosso espaço, diretamente nossa vida, e continuar mantendo o trabalhador atrasado. Quantas vezes teremos de ouvir aquela voz irritante dizer -“estamos normalizando o tráfego à frente” quantas vezes teremos de fingir que está tudo bem, tudo normal. Ou permaneceremos pra sempre nessa inércia???

A gente se olha de frente, mas, com um olhar distante. Transpirando suor e cansaço, raiva, pressa e agonia, calados!

Inacreditável nos mantermos calados perante uma situação caótica! A cada investida das empresas em alternativas que não nos contemplam, nem favorecem. permanecemos com aquela cara de turista perdido e o velho pensamento de “reclamar pra que...?”

As corporações nos humilham o tempo todo e a gente mantém firme a cara de idiota incompreendido! Esperando que o outro faça, que o outro inicie, aquilo que gostariamos que acontecesse naquela ocasião.

Quem não conhece o metrô rio. Está convidado a visitá-lo na hora do rush e conferir a politica de submissão voluntária das massas em atividade. Vocês virão milhares de pessoas, empacotadas, em vagões com refrigeração desapropriada para embarque. Suadas, humilhadas, à mercê das ordens do metrô.

A População (você e eu) se mantém completamente omissa e submissa a tudo. infelizmente ...

O mais importante é percebermos que não é apenas o metrô ... mas, todas as empresas em conjunto e como elas influenciam e regulam nossa vida diretamente. Nenhuma respeita o trabalhador! Nenhuma!


Humildemente. Flavio.

Barranco Santo

A luta do povo preto brasileiro é antes de tudo uma luta pela sobrevivência e pelo resgate da dignidade. É também uma luta intensa contra um mito de democracia instalado na cabeça dos brasileiros e fixado para que todos, inclusive nós negros, acredite que aqui não há exploração e racismo!

Nós, como contestadores das imposições e informações classistas e racistas que dominam nosso país. Não permitiremos que a população negra brasileira se afunde acreditando nos conceitos distribuídos pelos produtores da manipulação em massa. Aqui principalmente no rio de janeiro fica muito complicado tocar nessas questões. Porque quanto mais forte é o racismo, mais ele afirma que não existe. Sua força serve em primeiro lugar para induzir sua inexistência! Sendo assim... já que “não existe racismo” no brasil. Os assassínos continuarão usando o racismo como instrumento de dominação e permanecerão a vontade para aplicarem suas políticas genocídas e segregacionistas. Se nós pararmos pra perceber, veremos que esse mesmo grupo de homens são quem estruturam, determinam e organizam a realidade social. como um movimento natural. Mas, que atende apenas aos interesses próprios de uma classe dominante branca racista!

O monopólio da produção permite o controle sobre a realidade. Ou seja, o branco é aquele quem determina tudo o que existe e tudo o que se deve existir na sociedade. Ele é quem produz o mundo real e os objetos desse mundo que o torna real. Assim, ele constroe a noção que se entende como valor. E estabelece o que é bom e o que é ruim. O que deve permanecer e o que não deve permanecer. Enquanto o dominio economico garante o controle social. O domínio ideológico garante o controle mental sobre os tipos de manifestação e reação que a população negra e mestiça terá contra esses dominios.