quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Monstro que devora sonhos /ou/ No ponto Desabafo /ou/ Sagrada Inércia.

A população tá tão cansada, que não acredita em mais Nada!
Nem em Deus, nem no diabo!
Nem no irmão, nem no inimigo!
Nem em mim, nem em você, Nem em si mesma!
Nossas mãos automaticamente se rendem,
Nossas convicções ingênuamente se perdem.
Nossos amores se vão em valores que não nos convergem!
Qualquer coisa é sinônimo pra esperança, antes que tudo se torne fracasso!
O mundo é pra nós embaraço e o cansaço não nos permite viver.

Quanto mais reflexões… menos ações...
Ou será, mera hipocrisia no rumo das soluções?
Quem sabe? Conversa vai, conversa vem...
Cochilo de pé com a pálpebra pesada
minha carteira tá vazia, minha’lma tá desarmada
Explorada frenética, violentada estética,
delírios, devaneio, miséria e dialética, mente.
Mente... mente... mentira!

Ao redor, olha aí, ninguém sorri. Mentira!
Apanha, sente fome, ganha pouco e não sorri. Mentira!
Trabalha, paga conta, bebe alcóol e num sorri. Mentira!
Não chora nem sorri
Num reclama, nem sonha
Não se vinga, não se mata
Só obedece e se envergonha. Mentira!

O dragão conta corrente
Só poupa quem banca o banco
Capital devora tudo
Em contra-cheque ou cheque em branco
Prossegue e vê se melhora... vida pequena...
Se não chegar onde planeja, não diz que valeu a pena!

Se arrasta de joelho
A liberdade é só um espelho
Reflete seu sorriso pra esconder o choro alheio
Quem era pra libertar se prendeu no cinismo
Se corrompeu por poder ou se enganou no altruísmo
Os velhos já não tem mais razões pra serem algo
Os jovens são algo que já não tem mais razões

Autonomia pra realizar, reivindicar, ficou com quem?

Concordar, reprovar, num é mais missão pra ninguém...

Antes, eu sei que você pensava na maravilha do futuro

E hoje? enquanto aguarda a condução lotada no ponto de parada,

Por que você não consegue sonhar com mais nada???

Por que???

Até quando o “metrô” irá conduzir os trabalhadores dessa forma humilhante?

Num cubículo de ferro que mais parece um forno de cozinha, fornalha dos infernos, e ainda dizem que a qualidade de vida anda alí!

Até quando irão parar a condução no treicho que bem entendem pra esperar o tempo que quiserem? Controlar nossa hora, nosso espaço, diretamente nossa vida, e continuar mantendo o trabalhador atrasado. Quantas vezes teremos de ouvir aquela voz irritante dizer -“estamos normalizando o tráfego à frente” quantas vezes teremos de fingir que está tudo bem, tudo normal. Ou permaneceremos pra sempre nessa inércia???

A gente se olha de frente, mas, com um olhar distante. Transpirando suor e cansaço, raiva, pressa e agonia, calados!

Inacreditável nos mantermos calados perante uma situação caótica! A cada investida das empresas em alternativas que não nos contemplam, nem favorecem. permanecemos com aquela cara de turista perdido e o velho pensamento de “reclamar pra que...?”

As corporações nos humilham o tempo todo e a gente mantém firme a cara de idiota incompreendido! Esperando que o outro faça, que o outro inicie, aquilo que gostariamos que acontecesse naquela ocasião.

Quem não conhece o metrô rio. Está convidado a visitá-lo na hora do rush e conferir a politica de submissão voluntária das massas em atividade. Vocês virão milhares de pessoas, empacotadas, em vagões com refrigeração desapropriada para embarque. Suadas, humilhadas, à mercê das ordens do metrô.

A População (você e eu) se mantém completamente omissa e submissa a tudo. infelizmente ...

O mais importante é percebermos que não é apenas o metrô ... mas, todas as empresas em conjunto e como elas influenciam e regulam nossa vida diretamente. Nenhuma respeita o trabalhador! Nenhuma!


Humildemente. Flavio.

Um comentário:

  1. Mano, demorou demais pra criar esse blog aqui.
    Sei que tem mais textos por aí. Não seja tímido. [*rs*] o.O

    Adorei o texto! =)
    É o que acontece: os patrões não está nem aí se nós seguimos enlatados em coletivos na ida e na volta de nossa jornada de exploração diária desde que cheguemos ao local de trabalho e continuemos a produzir pra eles.

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